Santiago: 5 passeios incríveis e um que você pode deixar passar.

Santiago pode não ser uma cidade dos sonhos, como eu já havia dito no outro post, mas tem seu charme sim. Pra mim só o contraste do centro histórico conservadinho e a modernidade dos bairros novos já vale a viagem. Mas tem também o povo santiaguino, que é uma graça, as ruas limpíssimas e, é claro, a turistagem toda. 

Tem passeio bom, tem passeio ótimo e tem passeio que, bom, só vale a pena se você tiver com muita paciência mesmo.

O passeio ótimo-mega-sensacional é o museu La Chascona. La Chascona é o apelido desta casa de Pablo Neruda, no miolinho do bairro fofo de Bellavista. A visita é sempre com guia: ao chegar, compre o ticket e já agende o horário da sua turma. Percebi que eles montam grupos mais ou menos de meia em meia hora. Demos sorte com o guia: o tour era em espanhol mas ao saber dos vários brasileiros no nosso grupo, o moço tratou de nos contar historinhas dos amigos brazucas de Neruda.  

A curiosa casa santiaguina de Pablo Neruda

A cidade de Santiago é bem plana, apesar de cercada pela cordilheira. Ainda assim, duas montanhas brotam no meio da cidade: o Cerro San Cristóbal e o Cerro Santa Lucía. 

O primeiro é mais alto e faz parte de um parque bem grande, o Parque Metropolitano. Lá em cima tem igrejinha, zoológico e até piscinas! Dá pra comprar um ticket pra subir pelo furnicular ou então encarar a ladeira de bicicleta - vi uns grupos fazendo isso mas haja pernas, heim! O melhor do lugar é a vista de Santiago e da cordilheira emoldurando a cidade. Demos azar  de pegar um dia meio nublado e, assim, a vista ficou um pouco prejudicada. 

Vista do Cerro San Cristóbal em um dia nublado

Já o outro cerro, o Santa Lucía, a gente subiu a pé mesmo. Por lá até existe um elevador que leva ao topo mas o guardinha do lugar me contou que este passa mais tempo em manutenção do que funcionando. O jeito foi subir os vários degraus com calma, curtindo o ambiente fofinho, menos com cara de atração turística e mais com cara de parque. 

Apesar de ser mais baixinho, o Cerro Santa Lucía fica mais pertinho do centro então as chances de avistar aqueles prédios históricos são maiores. Ao contrário do dia em que visitamos o San Cristóbal, o céu neste dia estava lindo. No fim deu pra ver muito mais coisa, ou seja, a dica principal é: não importa tanto o cerro, o importante é visitar num dia de sol. 

Vista do Cerro Santa Lucía - dá pra notar que ele é mais baixo pelos prédio, né?

A partir de Santiago, dá pra esticar até uma vinícola: perto da cidade existem várias, como a Matetic e a Concha y Toro. Esta última é a preferida dos brazucas e, depois de ouvir muita gente falando que o passeio é imperdível, lá fomos nós. O tour que escolhemos foi o Marques de Casa Concha. Ele sai por US$36 e é inclui tudo o que há no tour tradicional, só que com uma degustação extra no final. Depois que acaba o tour comum, os que escolheram o tour Marques são conduzidos a uma bonita sala de degustação, onde um somellier dá uma aulinha muito boa sobre essa linha superior da vinícola.

A degustação é acompanhada de queijos e torradinhas - a tábua fofinha a gente leva pra casa de brinde!

Mas nem tudo são flores e no mesmo dia em que conhecemos a linda vinícola, acabamos nos metendo numa furada. Ao perguntar a um garçom aonde poderíamos encontrar lembrancinhas de viagem, ouvimos dele a dica do bairro Patronato. Já tinha lido em alguns guias que o lugar parece um pouco com o Bom Retiro paulistano, por isso perguntei se ele estava certo. Diante da sua convicção, pra lá fomos. Bom Retiro é pouco, o lugar é super muvucado e parece mais com uma mistura de Brás e 25 de Março (pros cariocas, pensem no Saara, ali no Centro). Nada de lembrancinhas e muitos camelôs vendendo roupas de péssima qualidade. Furada total.


Para comprar regalitos, prefiram o Patio Bellavista. Pode até ser que os preços não sejam ótimos, mas a praticidade de comprar de peças de roupa à joias no mesmo lugar é incomparável. 

O Patio Bellavista tem, além de lojinhas, alguns restaurantes bem simpáticos

No fim, percebemos que Santiago é uma cidade legal pra bater perna e serve de base pra vários outros destinos: Viña del Mar, Valparaíso, as montanhas de Valle Nevado, El Colorado, La Parva e Farellones ou as várias vinícolas da região. Mas ficar lá muito tempo é bobagem: uns três dias na cidade bastam para nós, turistas comuns.